As principais alterações morfofuncionais decorrentes do processo de envelhecimento estão relacionadas á deterioração estrutural e funcional da maioria dos sistemas orgânicos, independentemente da presença ou não de doenças, afetando negativamente a saúde e aptidão física da população idosa (LEVINGER et al., 2007).
Entre essas estruturas e funções, a redução de força muscular, a diminuição da massa óssea, aumentos dos depósitos de gordura e o comprometimento do quadro metabólico podem causar importantes prejuízos para a realização de atividades da vida diária, independência, autonomia e saúde de pessoas idosas.
A redução da força e massa muscular acompanhado a menor capacidade de mobilidade e fragilização da massa óssea, resulta na sarcopenia, diminuindo a vida autônoma e independente do idoso e mais, aumenta muito os riscos como quedas, fraturas, hospitalizações e mortalidade.
Diante deste cenário, a prática de atividade física bem orientada e supervisionada por profissionais competentes e habilitados trás muitos benefícios para a vida dos idosos. Dentre as atividades físicas o treinamento resistido tem sido recomendado sistematicamente para esse público, tendo em vista os benefícios percebidos para o ganho de força e massa muscular, a redução da gordura corporal e o aumento dos níveis ótimos de capacidade funcional e de indicadores cardiorrespiratórios e metabólicos.
Entre os possíveis modelos de treinamento sistematizados, o treinamento resistido (musculação) é um dos que tem mais apresentado respostas positivas para as variáveis morfofuncionais descritas. Entretanto, os possíveis benefícios associados à pratica do treinamento resistido (musculação) são, em grande parte, produto de uma perfeita relação de dose-resposta, e a adequada manipulação de variáveis como número de exercícios, séries, repetições, cargas, intervalo de recuperação entre as séries e exercícios, velocidade de execução, frequência semanal e ordem de execução dos exercícios pode afetar sobremaneira as respostas adaptativas por influenciar a sobrecarga imposta pela combinação entre intensidade e volume de treinamento (ACSM, 2009)
Alguns dos benefícios mais importantes causados pelo treinamento resistido (musculação):
-Aumentos de força e massa muscular e óssea;
-Aumento na potência muscular;
-Melhora da resistência muscular;
-Impactos positivos sobre a velocidade de caminhar, sentar e levantar de uma cadeira e atividades de equilíbrio;
-Alterações positivas na função metabólica, como a diminuição da gordura corporal, diminuição nos níveis de colesterol ruim (LDL e VLDL) e aumento dos níveis de colesterol bom (HDL);
-Melhoram a densidade mineral óssea;
-Redução dos riscos de quedas e fraturas;
-Diminuem o risco de declínio cognitivo e demência;
-Há fortes evidências de que o treinamento resistido (musculação) é efetivo no tratamento de depressão clinica;
-Melhora a aptidão cardiovascular, diminuindo o risco de infartos, hipertensão, AVC e tromboses.
Desta forma o treinamento resistido (musculação) para pessoas idosas é altamente recomendável para a prevenção de doenças crônicas, a partir dos efeitos positivos sobre a funcionalidade, morfologia corporal, metabolismo e, como consequência, aumento da autonomia, independência e longevidade, com maior qualidade de vida.
Autor: PROF. FERNANDO BASSAN