Atualmente, as chamadas “dietas da moda” tais como da sopa, das frutas, da lua, da proteína, são
muito populares, pois com a promessa de resultados rápidos de emagrecimento, se disseminam
rapidamente nas redes sociais. É certo que a ideia por exemplo, de perder 7kg por semana é
atrativa. No entanto, o impasse é que essas dietas geralmente são extremamente restritivas, e
muitas vezes sem evidências científicas que comprovem sua eficácia.
Estudos relatam que quando há restrições severas na alimentação, por um longo período de tempo,
pode-se gerar adaptações metabólicas no organismo, dificultando o resultado desejado.
A medida que o indivíduo perde peso rapidamente devido à uma dieta radical, naturalmente inicia-se
um processo de defesa do organismo que se opõe à perda de peso adicional, poupando os estoques
de energia para possíveis situações adversas.
Outro fator a ser considerado é que ao encerrar uma dieta restritiva, em alguns casos pode ocorrer
um retorno do peso perdido, muitas vezes até superior ao peso inicial, e a pessoa entra num ciclo
conhecido como efeito “sanfona”.
Nem sempre perder peso na balança significa perder gordura corporal, uma vez que em dietas
restritivas observa-se também a perda de massa muscular. Somando a isso, com o passar do
tempo, um cardápio limitado e repetitivo, tornar-se enjoativo, e manter seu seguimento passa a ser
um grande desafio.
Mas nem todas as dietas famosas e populares são desaconselháveis. Nesse contexto, alguns
estudos sugerem que essas dietas, quando realizadas num espaço de tempo mais curto e com
periodização de nutrientes ao longo das orientações, podem ser seguras e ou eficazes.
E agora vamos falar resumidamente de algumas dietas da moda:
Dieta Paleolítica: É baseada nos hábitos alimentares de nossos ancestrais. Promove a ingestão de
alimentos de origem animal e vegetal como carne, peixe, ovos, legumes, frutas, castanhas, sal e
especiarias. Nessa dieta é proibido o consumo de alimentos industrializados e processados assim
como laticínios e grãos. Alguns estudos relatam que se prescrita de maneira direcionada, essa dieta
pode proporcionar controle glicêmico e combater riscos cardiovasculares em pacientes diabéticos.
Entretanto, ainda há a necessidade de pesquisas adicionais para comprovar sua eficácia.
Dieta Atkins: Foi desenvolvida pelo cardiologista Robert Atkins. Essa dieta promove a oferta de
proteínas, gorduras e restringe o consumo de carboidratos. É dividida em quatro fases:
Indução, perda contínua, pré manutenção e manutenção.
Cada fase sugere um aumento gradativo de carboidrato a ser consumido até se encontrar um peso
corporal estável.
Dieta Dukan: Essa dieta foi criada por Pierre Dukan e assim como a Dieta Atkins, ela é dividida em
quatro: Ataque, cruzeiro, consolidação e manutenção.
A proposta é iniciar com uma alimentação restrita em carboidratos e rica em proteínas e nas fases
seguintes, acrescentar pequenas quantidades de carboidrato. Já a orientação para a última fase é
incluir 20 minutos de exercício físico diariamente.
No entanto, seguir uma dieta que com elevado consumo de proteínas pode acarretar deficiências
nutricionais e ocasionar efeitos colaterais como náusea, dor de cabeça, redução de massa óssea,
elevação nos níveis de colesterol, perda de massa magra, doenças cardiovasculares;
Dieta Low Carb: Essa dieta também limita o consumo de carboidratos, prioriza o consumo de
vegetais e dá preferência a alimentos ricos em proteínas e gorduras boas.
Alguns estudos mostram resultado positivo de perda de peso em dietas com algum tipo de restrição
calórica, independente da sua composição em relação à carboidratos, proteínas ou lipídios.
Jejum intermitente: É uma prática milenar e compreende um padrão alimentar que consiste na
oscilação de períodos de jejum e período de consumo de alimentos. Dependendo do protocolo, pode
ocorrer jejum de dia inteiro, restrição de alimentos em dias alternados e jejum de tempo limitado de
horas.
Essa prática leva a mudança do substrato energético, ou seja, o organismo começa a usar gordura
como fonte de energia.
Atualmente a prática do jejum intermitente vem sendo muita usada como estratégia nutricional e por
isso, muito estudada. Pesquisas mostram resultado positivo em relação a diminuição da resistência
à insulina, perda de peso e redução de gordura abdominal. Ressaltando que essa prática também
tem contra indicações e seu seguimento deve sempre ser orientado por um profissional.
Contudo, é importante destacar que não existe fórmula mágica para perder peso, nem um modelo
universal de alimentação, já que o emagrecimento é parte de um contexto que vai além de comer
menos e gastar mais calorias. Trata-se de ingerir alimentos contendo os nutrientes necessários ao
funcionamento do organismo, sempre respeitando a sua individualidade, considerando também a
hidratação adequada, uma boa noite de sono e a prática regular de exercícios físicos.
Lembrando que o nutricionista é o profissional mais indicado para estabelecer a melhor estratégia
para o seguimento seguro da dieta escolhida. Sempre com orientações direcionadas para sustentá-la de forma e tempo adequados ao seu organismo.
Texto – Nutricionista Flávia Ramalho